quinta-feira, 30 de junho de 2011

Responsabilidade Socioambiental


Responsabilidade Socioambiental

Brenda Mendes; Ana Cléa Ribeiro; Lygia Pessoa; Pâmela Diniz; Marina Sampaio; José Vinícius Ramos.

Resumo

Em algum momento de nossas vidas já devemos ter feito um boa ação, como por exemplo trabalho voluntário, ou então algum tipo de projeto filantrópico, enfim, qualquer que seja, há uma grande distorção com tema que será agora abordado, pois é facilmente confundido Responsabilidade Social Ambiental com ações sociais e  com boa ações. O que se pretende com a Responsabilidade Social Ambiental é que as empresas façam mais do que a lei prevê nas suas dependências e nos entornos de sua região, microrregião e macrorregião, tornando-se realmente uma empresa que tenha Responsabilidade socioambiental efetivamente sólida.
Palavras-chave: Responsabilidade, socioambiental, empresa.


1 Introdução

A responsabilidade social e ambiental nas empresas está se tornando um dos temas mais abordados do terceiro milênio. As discussões sobre ética e responsabilidades sócio-ambiental vêem enfatizando temas como poluição, corrupção, proteção dos consumidores, entre muitos outros que possam envolver as organizações, sejam elas públicas ou privadas.
As empresas estão cada vez mais sendo exigidas, para que as mesmas tenham suas operações limpas e transparentes e socialmente responsáveis, dessa maneira diante dessa necessidade as organizações desenvolveram um comportamento voltado para o seu estabelecimento no mundo competitivo que é a responsabilidade social de empresas, a forma de como fazer para se tornarem mais competitivas e fazendo o bem, desenvolvendo estratégias empresariais competitivas por meio de soluções socialmente corretas, ambientalmente sustentáveis e economicamente viáveis valorizando aspectos ligados à cidadania. De certa forma por ser ainda um assunto relativamente novo, é alvo de muitas criticas, mas a responsabilidade social é um relacionamento ético e transparente da organização com todas as partes interessadas, visando ao desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais, é um comprometimento permanente para melhoria da qualidade de vida de toda sociedade. Diante desse exposto a responsabilidade social deixa de ser teoria ou um mero conceito nas empresas inteligentes e passa a ser praticada com responsabilidade.
O conselho empresarial mundial para o desenvolvimento sustentável abriu espaço para o questionamento da relação entre empresa e cidadão. Gradativamente, as empresas incorporam práticas e dinâmicas voltadas aos anseios da comunidade na qual a empresa esta inserida, assumindo desta forma o atributo da Responsabilidade Social como mais um requisito Indispensável para as organizações empresariais.
               A preocupação com o bem estar dos trabalhadores e da sociedade em geral é um tema abordado e seguido por grandes empresas da atualidade que têm visão empreendedora moderna. A época em que as empresas não investiam em idéias relacionadas a um modo de produção adequado às necessidades do planeta já está ultrapassada. Cada vez mais há uma tendência de seguir a ética pessoal e empresarial através de uma visão de um futuro não tão próximo.
                
2 Aplicação da ética nas empresas

A ética é a disciplina ou o campo do conhecimento que trata da definição e avaliação do comportamento de pessoas e organizações. A ética estabelece a conduta apropriada e as formas de promovê-la, segundo as concepções vigentes na sociedade como um todo ou em grupos sociais específicos. Muitas decisões que as empresas e outras organizações devem tomar todos os dias são afetadas por questões éticas. Liderança, motivação, planejamento de carreira, movimentação de pessoal e conduta profissional são assuntos que envolvem questões éticas. Ser ético, portanto, é buscar sempre estar de bem consigo mesmo, combater vícios e fraquezas, cultivar virtudes, proteger e preservar a vida e a natureza.
As decisões empresariais partem das decisões pessoais, ou seja, a posição da empresa depende da ética dos empresários, uma vez que estes devem manter uma conduta para orientar a empresa como um todo a agir de forma socialmente correta.
A ética profissional tem como premissa o maior relacionamento do profissional com seus clientes e com outros profissionais, levando em conta valores como dignidade humana, auto realização e sociabilidade. Se o sistema de valores sempre orientasse as organizações para o beneficio dos clientes, funcionários e fornecedores, ou para a proteção do ambiente e dos recursos naturais, não seria necessário estabelecer multas e punições precisamente para forçar o Código de Defesa do Consumidor, ou Lei de Proteção dos  Mananciais, ou a Lei do Colarinho Branco, e outros controles para impedir a liberação de poluentes na atmosfera ou o despejo de petróleo no mar.
           A preocupação com a ética encontra-se firmemente inscrita na agenda de debates contemporâneo. No mundo dos negócios, e das grandes corporações transnacionais em particular, os discursos e iniciativas relativos ao tema já chegaram mesmo a tornar-se lugar-comum. Os governos vêem oportunidade de maximizar os benefícios decorrentes da atividade econômica, reduzindo os impactos ambientais e sociais causados por ela.
          Conceitos como civilização, virtude coletiva, igualdade, respeito à pessoa e direitos humanos estão intimamente ligados à mudança evolutiva dos costumes. O processo de administrar as organizações é influenciado por essa evolução. Idéias como segurança do usuário, proteção do ambiente, proteção da mulher e do menor e direitos iguais no local de trabalho são relativamente recentes. Certamente, a evolução dos costumes criará novos valores, com os quais os administradores do futuro deverão viver.
          O tempo influencia os valores. No inicio do século XX, eram relativamente comuns as agressões verbais e físicas aos trabalhadores das fábricas no Brasil. Nos primórdios da revolução industrial, o trabalho das crianças até a exaustão era normal. Em muitos países, na atualidade, isso é inacreditável e considerado violação d lei. Na cultura oriental, as pessoas entendem que há distinção entre vida pessoal e vida profissional. Depois que termina o expediente o tempo pertence a pessoa e não ao empregador.
           Pode-se afirmar que hoje as organizações são um dos maiores agentes transformadores da sociedade. Por isso tem que trabalhar buscando o melhor para a sociedade que as cercam. A ética é a fonte das idéias de sustentabilidade e responsabilidade social. É a partir da consciência de que é necessário que haja reformas no medo empresarial a favor do meio ambiente e do ser humano que a ética da empresa passa a ser vista por todos.
           Ter ética empresarial passou a ser nos dias de hoje uma questão não só de meios alternativos como de marketing da empresa, uma vez que estão supervalorizadas campanhas e formas sustentáveis de produção. Hoje muitas pessoas procuram comprar produtos e adquirir serviços que sejam mais corretos no ponto social e ambiental.

3 Responsabilidade social: um termo, vários significados.

O termo responsabilidade possui diferentes significados, dependendo de quem o aplica no cotidiano. Para alguns pode indicar obrigação legal; para outros significa um comportamento ético; há também aqueles que a considera um evento casual. Para esta pesquisa, consideraremos responsabilidade social como sendo conceito segundo o qual, as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas não pode, e não deve, ser norteada apenas para o cumprimento de interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros detentores de interesses como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral.

A questão da Responsabilidade Social se tornou o ponto de partida para o estabelecimento do compromisso das empresas e organizações privadas com o ambiente em que se inserem e com a comunidade que direta ou indiretamente se apresentam como demanda social.

Responsabilizar-se socialmente é antes de tudo o despertar da consciência coletiva de indivíduos que assumem a postura de comprometimento com os destinos da geração futura. Isto, aparentemente, pode não significar muito para um observador desatento, entretanto, traduz o próprio significado da solidariedade humana e da capacidade das organizações assumirem um papel para além de uma simples ação de ajuda emergencial ou tática de marketing social para maximizar ganhos às custas da exploração da ignorância de determinada parcela da sociedade.

Para evitar qualquer conflito conceitual vale ressaltar que as organizações civis e comunitárias ou não governamentais, sem finalidade lucrativa, no caso brasileiro, são legítimas esferas institucionais que se constituíram para:
• Reforçar o processo de democratização da sociedade;
• Potencializar a garantia de direitos sociais civis;
• Ocupar espaços esvaziados de proteção e assistência social deixado pelo poder público;
• Acompanhar ações de intervenção social das políticas de seguridade social;
• Implementar projetos de complementaridade dos serviços difusos e de pouco impacto desenvolvido pelo poder público e;
• Desenvolver tecnologia social capaz de propor soluções inovadoras e criativas para os problemas sociais de caráter local, maximizando o uso de recursos e minimizando custos operacionais.

Estas organizações são as responsáveis pelas ações sociais de intervenção na realidade concreta, objetivando legitimar e promover os direitos de inclusão em seus diversos segmentos comunitários. Com isso, podemos entender que a comunidade é o ambiente de realização tanto da cidadania, como do impacto do comprometimento e envolvimento com a causa social.

Para diferenciar, a causa social é o trabalho social estabelecido pelas organizações civis e comunitárias, sem finalidade lucrativa, já as políticas setoriais básicas, são ações públicas desenvolvidas pelo poder público. Podemos denominar como
Responsabilidade Social a gestão e controle do impacto produzido pela ação interventiva das organizações civis sem finalidade lucrativa na comunidade local. O segmento social de intervenção é desta forma, o ambiente de manifestação e expressão da causa social. A estes segmentos podemos também denominar de problema social. E o que é um problema social?
Para compreender o problema social devemos, em primeiro lugar, identificar o que vem a ser a necessidade básica não satisfeita de um determinado coletivo. A necessidade básica é toda função humana que preserve a vida, desde a alimentação, educação, trabalho, saúde, moradia, lazer, até a consciência política e social. O problema social resulta da ausência de solução no campo das necessidades básicas de uma comunidade. Com isto, o problema social está diretamente relacionado com o desenvolvimento local, uma vez que este é a substância da causa social. No esquema a seguir resumimos este sistema que expressará a Responsabilidade Social.
A causa social, por sua vez, é a essencialidade do desenvolvimento local e da solidariedade humana em busca de soluções criativas para os problemas sociais gerados nos diversos segmentos da sociedade. É neste contexto que a Responsabilidade Social surge: como resultado da manifestação da solidariedade humana no campo do desenvolvimento local.

A definição de Responsabilidade Social ligada ao desenvolvimento local e a solidariedade humana, excluí qualquer política de intervenção social focalizada em ações emergenciais ou provisórias.

A Responsabilidade Social implica em um projeto continuo de intervenção e de desenvolvimento de tecnologia capaz de aprimorar a sustentabilidade da comunidade local, promovendo a mudança qualitativa na vida das pessoas em situação de risco social. Ao optarmos por este argumento incluímos todas as ações sociais desenvolvidas por organismos privados com ou sem finalidade lucrativa ou de caráter filantrópico. Considerando que qualquer organismo civil que promova projetos sociais de desenvolvimento local e solidariedade humana estará criando uma ação socialmente responsável.

4 Desenvolvimento Sustentável

É o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente. Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.
O desenvolvimento sustentável sugere qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.
O conselho empresarial mundial para o desenvolvimento sustentável abriu espaço para o questionamento da relação entre empresa e cidadão. Gradativamente, as empresas incorporam práticas e dinâmicas voltadas aos anseios da comunidade na qual a empresa esta inserida, assumindo desta forma o atributo da Responsabilidade Social como mais um requisito indispensável para as organizações empresariais.
Responsabilidade Socioambiental é muito mais do que as pessoas precisam efetivamente e é além daquilo amparado ou oferecido por lei. Uma empresa Socioambiental é, em suma, uma empresa à frente do seu tempo, que busca o bem-estar dos indivíduos ou de grupos cujo conceito denominou-se "Responsabilidade Social" que quase sempre é voltado a projetos de âmbitos educacionais, ambientais ou de outra natureza, justamente pela diversidade de comportamentos e ações assumidas pela organização.
O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível.
Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes. Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados.
Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.

5 Legislação ambiental no Brasil

A codificação ambiental no Brasil é reconhecida mundialmente por ser uma das mais completas. Abaixo encontram-se algumas das principais leis ambientais atualmente em vigor:
Lei dos Agrotóxicos - número 7.802 de 10/07/1989.
A lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da embalagem.
Exigências impostas: obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor; registro de produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde; e registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. O descumprimento desta lei pode acarretar multas e reclusão.
Lei da Área de Proteção Ambiental - número 6.902 de 27/04/1981.
Lei que criou as "Estações Ecológicas", áreas representativas de ecossistemas brasileiros, sendo que 90 % delas devem permanecer intocadas e 10 % podem sofrer alterações para fins científicos. Foram criadas também as "Áreas de Proteção Ambiental" ou APAS, áreas que podem conter propriedades privadas e onde o poder público limita as atividades econômicas para fins de proteção ambiental.
Lei das Atividades Nucleares - número 6.453 de 17/10/1977.
Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares. Esta lei classifica como crime produzir, processar, fornecer, usar, importar ou exportar material sem autorização legal, extrair e comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de segurança relativas à instalação nuclear.
Lei de Crimes Ambientais - número 9.605 de 12/02/1998.
Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. A pessoa jurídica, autora ou co-autora da infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. A punição pode ser extinta caso se comprove a recuperação do dano ambiental. As multas variam de R$ 50,00 a R$ 50 milhões de reais.

Lei das Florestas – número 4.771 de 15/09/1965.
Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de preservação permanente uma faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios, de lagos e de reservatórios, além de topos de morro, encostas com declividade superior a 45 graus e locais acima de 1.800 metros de altitude. Também exige que propriedades rurais da região Sudeste do país preservem 20 % da cobertura arbórea, devendo tal reserva ser averbada em cartório de registro de imóveis.
Lei da criação do IBAMA – número 7.735 de 22/02/1989.
Criou o Ibama, incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente e as agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Ao Ibama compete executar a política nacional do meio ambiente, atuando para conservar, fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos recursos naturais.
Lei da Política Agrícola - número 8.171 de 17/01/1991.
Define que o poder público deve disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos para ordenar a ocupação de diversas atividades produtivas, desenvolver programas de educação ambiental, fomentar a produção de mudas de espécies nativas, entre outros.
Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – número 6.938 de 17/01/1981.
É a lei ambiental mais importante e define que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentemente da culpa. O Ministério Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Esta lei criou a obrigatoriedade dos estudos e respectivos relatórios de Impacto Ambiental (EIA-RIMA).
Lei de Recursos Hídricos – número 9.433 de 08/01/1997.
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define a água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos múltiplos. A lei prevê também a criação do Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.

6 Aplicabilidade socioambiental nas empresas

6.1 Grupo Ypióca

A Ypióca é conhecida por seu investimento na preservação da natureza, a exemplo da transformação do bagaço da cana-de-açúcar em energia, papelão e adubo, da reciclagem do papelão e da criação da primeira reserva ecológica particular do Ceará.
Outro destaque é a participação da empresa no campo social. Além de gerar 3,2 mil empregos diretos e mais de 23 mil indiretos, a empresa promove uma série de atividades voltadas para o bem-estar da comunidade no entorno de suas fábricas.
Em 5 de junho de 2008, Dia do Meio Ambiente, o Grupo Ypióca lançou oficialmente o Programa Ambiental Ypióca. A iniciativa reúne uma série de ações com o objetivo de preservar o meio ambiente e a diversidade biológica. O Instituto Natureza Viva (INV), a Reserva Ecológica Particular (REP) da Lagoa da Encantada e a Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) do Sítio Curió (Floresta do Curió) são exemplos do compromisso ambiental evidenciado desde a fundação do grupo, em 1846. Muito antes, portanto, da luta pela natureza se expandir pelo mundo.

6.1.1 Floresta do Curió

Um pulmão da mata atlântica em plena Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), a começar pelo clima e pela vegetação nativa e verdejante entrecortada por pequenos riachos e nascentes. É esse cenário encontrado por que passeia por uma das três trilhas que cortam os 57 hectares da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) do Sítio Curió (Floresta do Curió), entre os bairros de Messejana e Curió. Essa é a primeira ARIE do Ceará.
O espaço é formado por vegetação densa, composta pelas principais espécies nativas e frutíferas – com jatobá, timbaúba, cedro, visgueiro e catanduva -, o que confere um clima bastante agradável à região. A ARIE do Sítio Curió é uma Unidade de Conservação Estadual devidamente homologada pela SEMACE e mantida pelo Instituto Natureza Viva (INV), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) autorizada pelo Ministério da Justiça.

6.1.2 Bagaço da cana

O Grupo Ypióca reaproveita os subprodutos provenientes da industrialização da cachaça, para diversos fins. Dentro do complexo, parte do bagaço (refugo da extração do caldo de cana) alimenta uma caldeira, que produz vapor e permite o funcionamento de turbogeradores, obtendo energia para o funcionamento das fábricas.
Outra parte do bagaço é transformada em papel e papelão, usados posteriormente no encaixotamento dos produtos fabricados pela empresa. Uma terceira porção é processada em hidrolisadores que, por meio de um processo termoquímico, geram ração animal – rica em carboidratos e utilizada para a engorda de mais de três mil cabeças de gado.


6.1.3 Creche cana-de-açúcar

Visando auxiliar o desenvolvimento motor e intelectual da criança, a Ypióca é mantenedora da Creche Cana-de-Açúcar, localizada em Fortaleza (CE). A instituição, que atende a 20 filhos de funcionários, de dois a seis anos, possui infraestrutura adaptada às necessidades dos pequenos, com refeitório, berçário, salão de recreação, jardim, lavanderia, banheiros e lactário. O atendimento é realizado em período integral por profissionais habilitados.

6.1.4 Vila Eugênia

Composta por 50 casas de cor branca, a Vila Eugênia, localizada na entrada do Museu da Cachaça, em Fortaleza, abriga atualmente 42 famílias de funcionários da Ypióca, totalizando aproximadamente 165 pessoas. Esse é um projeto antigo, lançado em 1941 por Paulo Campos Telles (presidente da terceira geração da companhia) como incentivo para o trabalhador fixar residência. Antes dessa época o funcionário só permanecia no local até a colheita.
No local, os moradores recebem gratuitamente água e energia. Há ainda à disposição posto de saúde com assistência médica e bucal, creche – escola, pré-escola e escola de ensino fundamental.

6.1.5 Fonte da vida

Desde 2004, o Grupo Ypióca apoia o projeto Fonte da Vida, com a doação de parte da renda da bilheteria do Complexo Turístico Y-Park e com o empréstimo de espaço para a realização de atividades socioculturais. Crianças, jovens e adultos da comunidade do São Miguel participam de aulas de capoeira, hip hop, caratê, dança, teatro, coral e reforço escolar, entre outras. O programa conta também com o apoio da equipe de saúde do Posto do Curió, da Universidade de Fortaleza (Unifor) e da OSCIP Arte de Viver.

6.1.6 Feiterias

A embalagem da Ypióca empalhada (Ouro e Prata) é totalmente artesanal, desde a colheita da palha até sua colocação na garrafa, passando pela secagem e pela riscagem do material. Para fazer o invólucro, o Grupo Ypióca distribui a palha e a garrafa – já esterilizada, cheia e lacrada – para artesãs do norte do Ceará de cidades como Sobral, Massapé e Santana do Acaraú.
Em seguida, os vidros são entregues a outras “feiteiras”, moradoras de outras regiões do estado, responsáveis pelo fechamento do trançado da palha, ou seja, o acabamento final do “gogó” da garrafa.

6.2 Coca-cola

Fundada em agosto de 1983, a Coca-Cola Guararapes firmou sua excelência no segmento de bens de consumo, na produção e distribuição de bebidas do portfólio Coca-Cola e Femsa. Desde 2001, a empresa responde diretamente a The Coca-Cola Company, em Atlanta/EUA, e nos últimos anos, a Coca-Cola Guararapes vem se especializando na produção e distribuição de bebidas, atendendo a um número maior de consumidores. A preocupação da companhia é desenvolver, constantemente, novos produtos, disseminando a qualidade e proporcionando satisfação.

Desde o início de suas atividades, a Coca-Cola Guararapes é reconhecida como uma empresa socialmente responsável, preocupada com o meio ambiente e a comunidade. A empresa desenvolve três grandes programas sociais, sendo eles: Restaurante Comunitário, Prato Popular, Reciclou Ganhou e Programa de Valorização do Jovem. Os programas fazem parte das ações do Instituto Coca-Cola Brasil.

Na certeza de que toda criança deve estar na escola, desde 1999, a Coca-Cola Brasil investe em programas ligados à educação, estimulando o envolvimento crescente dos jovens com o mundo dos livros, o seu crescimento pessoal como cidadão e a crença efetiva em seu potencial. Compromisso de empresa socialmente responsável que aposta no conhecimento para a construção de um país melhor

6.2.1 Programa Coca-cola de valorização do jovem

Em 2002 a Coca-Cola Guararapes iniciou o Programa em Pernambuco com apenas uma escola, expandindo para a Paraíba no ano seguinte. Atualmente são cinco escolas, sendo duas em Pernambuco e três na Paraíba.
O Programa usa metodologia inovadora para combater evasão escolar e busca a transformação social através da educação, assim os jovens resgatam sua auto-estima e desenvolvem senso de responsabilidade.
A fórmula para a transformação social é simples: 25 alunos da 5ª à 8ª série com alta probabilidade de abandonar a escola são escolhidos, e a eles é atribuída a função de serem monitores de 75 estudantes mais novos, da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental. Sob a supervisão de professores, cada monitor acompanha um grupo de três alunos, em sala de aula, uma hora por dia. O Programa estimula o senso de responsabilidade e a auto-estima do estudante, mantendo-o na escola. A Coca-Cola fornece ao colégio participante todo o material necessário para o treinamento, assistência técnica e avaliação dos monitores. Visitas a instituições de trabalho, como indústrias, gráficas e outros, também ajudam a sinalizar para esses jovens a possibilidade de um futuro mais promissor.
Todo o Programa se baseia numa consistente e inovadora metodologia, que inclui filosofia pedagógica e estratégias de ensino e de suporte, compreendendo um conjunto de atividades e funções, descritas em manuais. Um minucioso sistema de avaliação leva ao aprimoramento contínuo.
No decorrer do ano letivo, os monitores do Programa de Valorização do Jovem participam de conversas informais com pessoas que são exemplo de superação em suas trajetórias de vida. Além disso, os estudantes são convidados para exercer várias atividades culturais extracurriculares. Dessa forma, absorvem valores, como saber cuidar de si, do outro e do ambiente, ser solidário, responsável, assíduo, pontual, companheiro e cidadão, adquirindo consciência de seu papel na sociedade e aprendendo a interpretar direitos e deveres.

6.2.2 Restaurante Prato Popular

O “Prato Popular” é uma iniciativa da Coca-Cola Brasil em parceria com o programa Fome Zero, do Governo Federal, onde trabalhadores da economia informal, sub-empregados e moradores de rua cadastrados pela Prefeitura da Cidade do Recife e do Governo do Estado da Paraíba, têm acesso a uma alimentação rica em nutrientes com um preço que cabe no bolso.
Comida de qualidade por apenas R$ 1. Esse é um dos objetivos do Restaurante Comunitário Prato Popular que, diariamente, serve refeição para 300 usuários.
6.2.3 Centro de Inclusão Digital

A inclusão digital promove a inclusão social. Seguindo esse lema, a Guararapes estimula o conhecimento de novas tecnologias através de cursos de informática. A ação é realizada no Centro de Inclusão Digital em João Pessoa, em parceria com o Governo do Estado da Paraíba e atende jovens maiores de 16 anos, de baixa renda e estudantes da rede pública de ensino.
Além dos estudantes de escolas públicas, filhos e familiares de funcionários da unidade de João Pessoa também podem participar dos cursos oferecidos, gratuitamente, no centro de inclusão digital.
As aulas objetivam treinar e capacitar os alunos, tornando-os mais preparados para atuar no mercado de trabalho.

6.2.4 Programa Coca-cola reciclou ganhou

Seguindo uma tendência do Sistema Coca-Cola, a Guararapes implantou o Programa no ano 2000 e, desde então, vem obtendo excelentes resultados, onde o maior beneficiado é o meio ambiente.
O programa tem como objetivo contribuir para a preservação do meio ambiente, incentivando a coleta e reciclagem de garrafas pet, latas de alumínio/aço e embalagens tetra pak.
Em parceria com a Frompet, a Guararapes criou, em 2006 o Centro de Educação Ambiental – CEA, com foco na educação ambiental e na capacitação de catadores.
Apoiando cooperativas de catadores, o programa desenvolve a cidadania e gera renda aos participantes.

7 Conclusão

Tendo como base o que foi exposto anteriormente, pode-se perceber que a preocupação socioambiental é um quesito que já está inserido nas metas e objetivos a serem alcançados pelas empresas. De nada vale obter sucesso financeiro se os dois outros pilares da sustentabilidade não estão sendo alcançados, são eles a preservação da natureza e a atuação no meio social.

Projetos sociais, reaproveitamento de matéria-prima, reciclagem, seleção do lixo, preocupação com os próprios funcionários e suas famílias são algumas atitudes que vêm sendo tomadas por diversas empresas, pois além de torná-las mais bem vistas e bem aceitas pela sociedade em geral, geram uma gradativa diminuição das despesas operacionais, aumentando, assim, a lucratividade da organização.

Obter maior retorno financeiro, ajudar na preservação ambiental e contribuir com uma participação no âmbito social são os alicerces que servem de base à sustentabilidade e são pontos que todas as empresas almejam instituir, atualmente, em seu funcionamento interior.

8 Bibliografia

- http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/responsabilidade-socioambiental/48976/
-          http://www.planetaorganico.com.br/17leisamb.htm
- http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-05-08/legislacao-ambiental-brasileira-e-uma-das-mais-modernas-do-mundo-diz-especialista.
                        -          http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade
-           http://www.ypioca.com.br/ciclo.html
- http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-extincao-das-especies/leis-ambientais-do-brasil.php
                       - MAXMIMIANO, Antonio César Amaru. Teoria Geral da Administração: Da Revolução  Urbana à Revolução Digital. 6ª Edição, 2009.

Teoria das Relações Humanas

Teoria das Relações Humanas

Jeffrey Sá Nunes; Iago Freitas;Lázaro Maia Mendes; José Airton;Ian de Souza
1-Introdução
Teoria das Relações Humanas, ou Escola das Relações Humanas, é um conjunto de teorias administrativas que ganharam força com a Grande Depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929. Com a "Grande Crise" todas as verdades até então aceites são contestadas na busca da causa da crise. As novas idéias trazidas pela Escola de Relações Humanas trazem uma nova perspetiva para a recuperação das empresas de acordo com as preocupações de seus dirigentes e começa a tratar de forma mais complexa os seres humanos.
2-Experiência em Hawthorne
A Escola das Relações Humanas surgiu efetivamente com a Experiência de Hawthorne realizada numa fábrica no bairro que dá nome à pesquisa, em Chicago, EUA.
O primeiro teste foi realizado para encontrar a relação entre a intensidade da luz e a produtividade. Nesse teste, porém, foi encontrada uma variável difícil de ser isolada, o fator psicológico dos trabalhadores. Por conta desse fator mudou-se o foco da pesquisa, observando o comportamento dos trabalhadores a cada pequena mudança (ex: lanches, intervalos, mudança nos incentivos e nos horários de trabalho).
A partir de setembro de 1928 iniciou-se o programa de entrevistas, no setor de inspeção, seguindo-se no de operações e mais tarde nos demais setores de fábrica. A empresa através do programa de entrevistas pretendia obter maiores conhecimentos sobre as atitudes e sentimentos dos trabalhadores, bem como receber sugestões que pudessem ser aproveitados. Nesta etapa, em que os trabalhadores foram entrevistados, revelou-se a existência de uma organização informal dos mesmos, com vistas a se protegerem do que julgavam ameaças da Administração ao seu bem-estar.
A 4ª Fase iniciou-se em novembro de 1931 e durou até maio de 1932, tendo como objetivo analisar a organização informal dos operários. Para isso foi formado um grupo experimental, composto de nove soldadores e dois inspetores, sendo que eles eram observados por um pesquisador e entrevistados esporadicamente por outro, e seu pagamento era baseado na produção do grupo. Os pesquisadores observaram, foi uma solidariedade grupal e uma uniformidade de sentimentos os operários.

3- Conclusão do experimento
- O nível de produção é determinado pela integração social e não pela capacidade física dos operários.
- O comportamento dos trabalhadores está condicionado às normas padrões sociais (agem de modo a obter recompensas sociais ou a não obter sanções sociais).
- A empresa passou a ser vista como um conjunto de grupos sociais informais, cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal.
- A existência de grupos sociais que se mantém em constante interação social dentro da empresa.
- Os elementos emocionais e mesmo irracionais passam a merecer uma maior atenção.
4-Principais Teóricos
4.1-Mayor
Georges Elton Mayo – cientista social australiano – chefiou uma experiência em uma fábrica da Western Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne. Esta experiência caracterizou-se como um movimento de resposta contrária à Abordagem Clássica da Administração, considerada pelos trabalhadores e sindicatos como uma forma elegante de explorar o trabalho dos operários para benefício do patronato. Na época, a alta necessidade de se humanizar e democratizar a Administração nas frentes de trabalho das indústrias, aliado ao desenvolvimento das ciências humanas – psicologia e sociologia, dentre outras – e as conclusões da Experiência de Hawthorne fez brotar a Teoria das Relações Humanas.
4.2-Chester Barnard
Chester Irving Barnard, foi um pensador da Escola das Relações Humanas, corrente da Administração, surgida com a crise de 1929.
Barnard também é tido como um pensador do behaviorismo. Foi o criador da teoria da cooperação, em que estuda a autoridade e a liderança.
Foi um dos primeiros teóricos da administração a ver o homem como um ser social, e a estudar suas organizações informais dentro das empresas. O mesmo foi o criador do salario mínimo, e da gestão do recolhimento do FGTS e pagamento de impostos como INSS, ICMC, TR, entre outros. Admirado entre amigos e estudiosos do ramo.
4.3- Roethilisberger & Dickson
De acordo com os pesquisadores, os aspectos técnicos e humanos devem ser vistos como inter-relacionados, ou seja, além das necessidades físicas, os empregados também possuem necessidades sociais. Ainda segundo os autores, na obra acima citada, eventos e objetos no ambiente de trabalho "não podem ser tratados como coisas em si mesmas. Em vez disso eles devem ser interpretados como portadores de valores sociais", ou seja, objetos que não possuem nenhuma significância social podem em uma organização podem tornar-se símbolo de status e adquirir valor social. Os autores concluiram que, quando as pessoas não são motivadas pela lógica, os sentimentos sobre as coisas de valor social tornam-se de grande importância no mundo organizacional.
5-Conclusão
Percebemos que a teoria da Relações Humanas é bastante importante para as empresas atuais.
A partir dessa teoria percebeu-se que é de grande importância tratar o empregado como um ser humano,com falhas e defeitos, e que todo o seu “universo” pode influenciar em seu rendimento.E também é importante ressaltar a ideia de que a satisfação em poder ser reconhecido por seu trabalho é de grande valia para o subordinado,sendo mais importante,em certos casos, do que uma recompensa financeira.
É nítido,nos dias atuais, a aplicação dessa teoria nas empresas,pois a grande maioria delas possui setor de Recursos humanos que levam em consideração grande parte das ideias adotas pela a Teoria das Relações Humanas.
6-Bibliografia
 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. 5ª edição, 1997.









Artigo

Teoria das Relações Humanas: Da sua criação ao inicio da sua implantação em um mercado inflexível.

                            É notável a mudança no tratamento dos trabalhadores do século em que vivemos quando comparados há séculos passados, pois durante muito tempo as condições de trabalho para muitos eram quase subumana, fato que prejudicava tanto as empresas e indústrias, quanto os trabalhadores. Entretanto, para a sociedade notar que o tratamento dos homens estava se dando de forma errada, foi necessário a economia mundial passar por momentos ruins.    
                  As pesquisas e as bases teóricas da Escola de Relações Humanas sempre estavam presentes visto que buscavam conhecer as atividades e sentimentos dos trabalhadores e estudar a formação de grupos. Mas só ganharam força na Grande Depressão criada pela queda da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929.
Caixa de texto:              http://www.grap.org.br/wp-content/upload 1. Figura 1                      Inicialmente com o propósito de passar a idéia de que o homem não pode ter um comportamento simples e mecânico e de que ele tem necessidades de segurança, afeto, aprovação social, prestígio, entre outros, se desenvolveu um sistema a partir de experiências realizadas por Haethorne, onde as maiorias de suas conclusões destacaram problemas e deixava claras as diferenças entre organizações que eram tratadas como um grupo de pessoas e organizações que eram tratadas como máquinas.
                     Outros grandes precursores dessa teoria foram os estudiosos Elton Mayo, Roethlisberger e William Dickson, fizeram, respectivamente, conclusões como a de que a fábrica deveria ser vista como um sistema social e não apenas econômico ou industrial, o desenvolvimento de líderes com o consentimento de um determinado grupo, a indiferença a incentivos econômicos, entre outros.
Caixa de texto:    http://www.library.hbs.edu/hc/hawthorne/ 1. Figura 2                    A partir de então foram definidos eixos como conseqüências das conclusões desses estudiosos que até hoje ainda são trabalhados e aperfeiçoados em empresas de vários setores. As principais delas são a Instituição (conjunto de pessoas que carecem de motivação e estímulos para produzirem), novas formas de linguagem na administração, motivação (tensão persistente que leva o individuo a alguma forma de comportamento), Necessidades ou motivos (forças conscientes ou inconscientes que levam uma pessoa a determinado comportamento), liderança (condutor de pessoas rumo a um objetivo) e o estudo da motivação humana.
                    Mesmo tendo constatados vários problemas organizacionais, a teoria das relações humanas ainda demoraria muitos anos para ser implantada, mas, como citado no início do texto, ela foi impulsionada na época da famosa Crise de 29, acontecimento provocado pela superprodução e falta de mercado para escoação dos produtos. Esse atraso se deu pelo fato de que até então o modelo da teoria clássica e as máquinas eram consideradas perfeitas pelos empreendedores, pois tinham revolucionado a econômica mundial e criado uma nova idéia de mercado.
                    A Crise acabou funcionando como um alarme para que os empreendedores repensassem a forma de tratar os funcionários dentro de uma empresa, visto que já não se tinha um modelo 100% seguro. Logo, em busca de soluções, a teoria das relações humanas acabou sendo um bom caminho a seguir.
Caixa de texto: http://4.bp.blogspot.com/_DVKGNX_hu5s/SQ 1. Figura 4                    Apesar de aparentemente ser uma solução muito viável, como muitas teorias, a de relações humanas sofreu graves críticas, quando a sua aplicação foi iniciada. Entre as principais críticas que deixaram muitos empresários receosos foram a de que suas experiências eram limitadas a um determinado campo experimental, deixando de levar em consideração algumas variáveis, a de concepção ingênua e romântica do operário e a de parcialidade nas conclusões.
                         Na atualidade essa teoria está sempre sendo aperfeiçoada, implantada e reformulada em várias empresas e é visível que ela proporcionou uma alteração do modo de pensar dentro das organizações, aumentando à eficiência, à eficácia, à satisfação do cliente e trabalhador, entre outras áreas que cada vez mais usam meios idealizados pelos antigos estudiosos das relações humanas.


TEORIA CONTIGENCIAL

TEORIA CONTINGENCIAL


  • Matheus Sousa Silva;
  • Carlos Heitor Freitas de Castro Alves;
  • Pedro Henrique Câmara Matos;
  •  Rogério Lima de Queiroz Júnior; 
  • João Lúcio Nobre de Araújo.

1. Resumo


A teoria contigencial fala que tudo nas organizações é relativo e que há uma relação funcional entre o meio externo e as técnicas administrativas das empresas.  Em suma, a Teoria da contigência procura explicar que não há nada de absoluto nos princípios de organização.

Essa teoria foi estudada por vários teóricos, onde cada um deles expôs suas ideias e contribuiram de alguma forma para a formulação desta teoria. Entre os autores estão: Alfred Chandler com o estudo da estratégia e da estruturação da organização; Burns e Stalker com os modelos mecanicista e orgânico para as organizações; Lawrence e Lorsch que, juntos, introduziram o conceito de diferenciação e integralização dentro das empresas e Joan Woodward que elaborou uma divisão da produção, consistindo na produção unitária, mecanizada e automatizada.

Informa a importância do ambiente, que é tudo que acontece externamente, e da tecnologia, que  pode influenciar a realização das atividades da organização garantido a realização dos seus objetivos. Assim, a tecnologia pode ser compreendida como uma variável ambiental – influenciando a organização no sentido de fora para dentro, e como uma variável organizacional – influenciando a organização como se fora um recurso próprio e interno influenciando os demais recursos.

2. Introdução


Mostrar uma visão contingencial e relativista das organizações, com seus ambientes e pessoas, mostrando que existem várias maneiras de atuar, organizar e administrar. Além disso, apresentar a influência do ambiente externo e da tecnologia dentro das empresas e como esses fatores podem gerar novas estratégias para as estruturas organizacionais é o foco deste trabalho.

Apresentando estudos de diferentes autores como Burns e Stalker, Alfred Chandler, Lawrence e Lorsch e Joan Woodward que, através de várias pesquisas em diversas empresas, contribuiram para a formação da teoria da contingência e deram base ao conhecimento sobre o tema.

3. Teoria da Contingência


A Teoria da contingência ou Teoria contingencial enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. A abordagem contigencial explica que existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização. As variáveis ambientais são variáveis independentes, enquanto as técnicas administrativas são variáveis dependentes dentro de uma relação funcional. Na realidade, não existe uma causalidade direta entre essas variáveis independentes e dependentes, pois o ambiente não causa a ocorrência de técnincas administrativas. Em vez de uma relação de causa e efeito entre as variáveis do ambiente (independentes) e as variáveis administrativas (dependentes), existe uma relação funcional entre elas. Essa relação funcional é do tipo "se-então" e pode levar a um alcance eficaz dos objetivos da organização.

A relação funcional entre as variáveis independentes e dependentes não implica que haja uma relação de causa-e-efeito, pois a administração é ativa e não passivamente dependente na prática da administração contingencial. O reconhecimento, diagnóstico e adaptação à situação são certamente importantes, porém, eles não são suficientes. As relações funcionais entre as condições ambientais e as práticas administrativas devem ser constantemente identificadas e especificadas.

3.1. Origem

A Teoria contingencial nasceu a partir de uma série de pesquisas feitas para verificar quais os modelos de estrutura organizacionais mais eficazes em determinados tipos de indústrias. Essas pesquisas e estudos foram contingentes na medida em que procuravam compreender e explicar o modo pelo qual as empresas funcionavam em diferentes condições. Estas condições variam de acordo com o ambiente ou contexto que as empresas escolheram como seu domínio de operações. Em outras palavras, essas condições são ditadas de acordo com o seu ambiente externo. Essas contingências externas podem ser consideradas como oportunidades ou como restrições que influenciam a estrutura e os processos internos das organizações. Pesquisas foram realizadas na década de 1960 sobre a relação entre modelos de estruturas organizacionais e a eficácia em determinados tipos de indústria. Os resultados surpreenderam, pois indicava que não havia uma forma melhor ou única, e sim que tanto a estrutura quanto o funcionamento das organizações dependiam da relação com o ambiente externo.

3.2. Principais Autores
3.2.1. Alfred Chandler  



                                                                                                       Alfred Chandler
Sua pesquisa sobre a estratégia e estrutura organizacional envolve o processo histórico das grandes empresas Du Pont, General Motors, Sears e Standard Oil. A  conclusão de Chandler é de que, na historia industrial dos últimos cem anos, a estrutura organizacional das grandes empresas americanas foi sendo gradativamente determinada pela sua estratégia mercadológica. A estrutura organizacional corresponde ao desenho da organização, isto é, à forma organizacional que ela assumiu para integrar seus recursos, enquanto a estratégia corresponde ao plano global de alocação dos recursos para atender a uma demanda do ambiente. As organizações passaram por um processo histórico envolvendo quatro fases iniciais distintas:

1) acumulação de recursos: nesta fase as empresas preferiram ampliar suas instalações de produção a organizar uma rede de distribuição. A preocupação com matérias-primas favoreceu o crescimento dos órgãos de compra e aquisição de empresas fornecedoras que detinham o mercado de matéria-prima.
 Daí o controle por integração vertical que permitiu o aparecimento da economia em escala

2) racionalização do uso de recursos: as empresas verticalmente integradas tornaram-se grandes e precisavam ser organizadas, pois acumularam mais recursos do que era necessário. Os custos precisavam ser contidos por meio da criação de uma estrutura funcional os lucros dependiam da racionalização da empresa e sua estrutura deveria ser adequada às oscilações do mercado. Para reduzir os risco das flutuações do mercado as empresas se preocuparam com o planejamento, organização, e coordenação.

3) continuação do crescimento: a reorganização geral das empresas na segunda fase possibilitou um aumento da eficiência, fazendo a diferença de custo entre as varias empresas diminuírem. Daí a decisão para a diversificação e a procura de novos produtos e novos mercados.

4) racionalização do uso dos recursos em expansão: a ênfase reside na estratégia mercadológica para abranger novas linhas de produtos e novos mercados. Os canais de autoridade e de comunicação da estrutura funcional, inadequados para responder a complexidade crescente de produtos e operações, levaram à nova estrutura divisional departamentalizada. Cada linha principal de produtos passou a ser administrada por uma divisão autônoma e integrada que envolvia todas as funções de staff necessárias. Daí a necessidade de racionalizar a aplicação dos recursos em expansão, a preocupação crescente com o planejamento em longo prazo, a administração voltada para objetivos e a avaliação do desempenho de cada divisão.

Conclusão: Diferentes ambientes levam as empresas a adotar diferentes estratégias, que exigem diferentes estruturas organizacionais.

3.2.2 Burns e Stalker

Os autores classificaram as organizações em dois tipos: Organizações Mecanísticas e Orgânicas. A tabela seguinte mostra as prinípais dinstições entre as organizaçoes citadas.

CARACTERÍSTICAS
SISTEMAS MECÂNICOS
SISTEMAS ORGÂNICOS
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Burocrática, permanente, rígida e definitiva.
Flexivel, mutável, adaptativa e transitória.
AUTORIDADE
Baseada na hierarquia e no comando.
Baseada no conhecimento e na consuta.
DESENHO DE CARGOS E DE TAREFAS
Definitivo. Cargos estáveis e definitivos. Ocupantes especialistas e univalentes.
Provisório. Cargos mutáveis, redefinidos constantemente. Ocupantes polivalentes.
PROCESSOS DECISORIAL
Decisões centralizadas na cúpula da organização.
Desisões descentralizadas ad hoc(aqui e agora).
COMUNICAÇÕES
Quase sempre verticais.
Quase sempre horizontais.
CONFIABILIDADE COLOCADA SOBRE
As regras e regulamentos formalizados por escrito e impostos pela empresa.
As pessoas e as comunicações informais entre as pessoas.
PRINCÍPOPIS PREDOMINANTES
Princípios gerias da Teoria Clássica.
Aspectos democrásticos da Teoria Relações Humanas.
AMBIENTE
Estável e permanente.
Instável e dinâmico.
Características dos sistemas mecânicos e orgânicos(livro Chiavenato, pág. 791)

3.2.3 Lawrence e Lorsch

Concluíram que os problemas básicos das organizações são a diferenciação e a integração.
 Diferenciar consiste em organizar a empresa em departamentos, considerados subsistemas, onde cada um deles ficará encarregado de uma tarefa específica  com base em um contexto ambiental também especializado.
P.R Lawrence
Integralizar é o oposto de diferenciar, ou seja,  é o processo de convergência entre os departamentos, ocorrendo quando a organização precisa alcançar unidades de esforço e coordenação entre os diversos subsistemas.
              
“À medida que os sistemas crescem de tamanho, diferenciam-se em partes e o funcionamento dessas partes separadas tem de ser integrado para que o sistema inteiro seja viável.” (Paul R. Lawrence e Jay W. Lorsch, As Empresas e o Ambiente: Diferenciação e Integração Administrativas, cit., p.24.)
J.W. Lorsch




3.2.4 Joan Woodward

Woodward dividiu as organizações baseada no tipo de produção da empresa.

Joan Woodward
1. Produção unitária ou oficina – a produção é feita por unidades ou pequenas quantidades, cada produto a seu tempo sendo modificado à medida que é feito. O processo produtivo é menos padronizado e menos automatizado. É o caso da produção de navios, geradores e motores de grande porte, aviões comerciais, locomotivas e confecções sob medida.

2. Produção em massa ou mecanizada – a produção é feita em grande quantidade. Os operários trabalham em linha de montagem ou operando máquinas que podem desempenhar uma ou mais operações sobre o produto. É o caso da produção que requer máquinas operadas pelo homem e linhas de produção ou montagem padronizadas, como as empresas montadoras de automóveis.

3.  Produção em processo ou automatizada – produção em processamento contínuo em que um ou poucos operários monitorizam um processo total ou parcialmente automático de produção. A participação humana é mínima. É o caso do processo de produção empregado nas refinarias de petróleo, produção química ou petroquímica, siderúrgica, etc.

Woodward verificou que a tecnologia extrapola a produção e influencia toda a organização empresarial.



3.3. Ambiente e Tecnologia

3.3.1. Ambiente


Ambiente é tudo que ocorre na parte externa e influencia na parte interna das organizações.
O ambiente geral e o ambiente de tarefa (Chiavenato  página 802)
O ambiente pode ser homogêneo e heterogêneo de acordo com a estrutura. É homogêneo quando há pouca mistura de mercado e heterogêneo quando há múltiplos diferenciamento de mercados.
Ele possui dois segmentos: o ambiente geral e o ambiente de tarefas. O ambiente geral é o macroambiente que influencia direto ou indiretamente todas as organizações e é constituído por as seguintes condições:

Condições tecnológicas: as empresas devem acompanhar o desenvolvimento tecnológico e as inovações que ocorrem e afetam na competitividade.

Condições políticas: são as decisões e definições tomadas em nível federal,estadual e municipal que influenciam as organizações e que orientam as próprias condições econômicas.

Condições econômicas: diz respeito ao desenvolvimento econômico ou a retração econômica que influenciam as organizações, como: a inflação, a balança de pagamento do país, a distribuição de renda interna e etc.

Condições demográficas: são alguns aspectos , por exemplo, população, raça, religião, sexo, taxa de crescimento e idade que influenciam no mercado atual e futuro das empresas.

Condições ecológicas: é quando as organizações são afetadas com problemas de ecologia social, como: poluição clima e transportes, comunicações e etc.

Condições culturais: é a cultura influenciando na relação organização-consumidor.

Condições legais: são as condições de legislação que influenciam as empresas como os elementos normativos de caráter comercial, trabalhista, fiscal e civil

Enquanto o ambiente geral é genérico e comum para todas as organizações, cada uma delas tem o seu ambiente particular: o ambiente de tarefa.

Ambiente de tarefa: É o ambiente de operações de cada organização, é constituído por:

Fornecedores de entrada: são os fornecedores de todos os tipos de recursos que uma empresa necessita para suas operações.(Recursos matérias,  financeiros e humanos)

Clientes ou usuários: são os consumidores das saídas das organizações.

Concorrentes: Cada organização disputa tanto os recursos de entrada como os recursos de saída.

Entidades reguladoras:  são as entidades que regulam e fiscalizam as atividades das organizações, por exemplo, órgãos regulamentadores do governo.
.

3.3.2 Tecnologia

Thompson em sua tipologia assinala que “a tecnologia é uma importante variável para compreensão para as ações das empresas”.

Em sua tipologia existem três tipos de tecnologias:

Tecnologia de elos em sequência: é baseado na interdependência serial das tarefas necessárias para completar um produto, ou seja, uma operação depende da outra. É o caso da linha de montagem.

Tecnologia mediadora: é baseada em que diferentes tarefas padronizadas são distribuídas extensivamente em diferentes locais; ênfase em clientes separados, mas interdependentes, que são mediados pela empresa. Possui tecnologia fixa e estável.

Tecnologia intensiva: as tarefas são focalizadas sobre cada cliente individualmente, ou seja, possui grande ênfase no cliente. A tecnologia é flexível. Por exemplo, um hospital.

3.3.3 Os impactos da tecnologia

A tecnologia assim como o ambiente tem a propriedade de influenciar na estrutura organizacional das empresas. É através da tecnologia que, normalmente, as empresas conseguem avaliar a eficiência.

4. Conclusão.

É perceptível a utilização da Teoria Contingencial para a estruturação de grande parte das empresas atuais, pelo fato de que o mercado exige uma maior compreensão e  interação com o meio, no intuito de melhor administrar sua empresa.

Através dessa teoria as empresas buscam adaptar-se ao contexto em que a organização está inserida, agindo da melhor maneira, de acordo com as circunstâncias ambientais a ela dispostas. Outro fator de grande influência na estrutura organizacional é a tecnologia que, através de máquinas e outros equipamentos determina a forma de conduzir uma empresa.

Com tudo isso, podemos destacar a relevância da teoria contigencial não só nas organizações, mas também em outros ramos da sociedade, como: educação, segurança e saúde.

5. Bibliografia
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. 5ª edição, 1997.