sexta-feira, 8 de julho de 2011

Responsabilidade Socioambiental


Brenda Mendes; Ana Cléa Ribeiro; Lygia Pessoa; Pâmela Diniz; Marina Sampaio; José Vinícius Ramos.

Resumo

Em algum momento de nossas vidas já devemos ter feito um boa ação, como por exemplo trabalho voluntário, ou então algum tipo de projeto filantrópico, enfim, qualquer que seja, há uma grande distorção com tema que será agora abordado, pois é facilmente confundido Responsabilidade Social Ambiental com ações sociais e  com boa ações. O que se pretende com a Responsabilidade Social Ambiental é que as empresas façam mais do que a lei prevê nas suas dependências e nos entornos de sua região, microrregião e macrorregião, tornando-se realmente uma empresa que tenha Responsabilidade socioambiental efetivamente sólida.
Palavras-chave: Responsabilidade, socioambiental, empresa.


1 Introdução

A responsabilidade social e ambiental nas empresas está se tornando um dos temas mais abordados do terceiro milênio. As discussões sobre ética e responsabilidades sócio-ambiental vêem enfatizando temas como poluição, corrupção, proteção dos consumidores, entre muitos outros que possam envolver as organizações, sejam elas públicas ou privadas.
As empresas estão cada vez mais sendo exigidas, para que as mesmas tenham suas operações limpas e transparentes e socialmente responsáveis, dessa maneira diante dessa necessidade as organizações desenvolveram um comportamento voltado para o seu estabelecimento no mundo competitivo que é a responsabilidade social de empresas, a forma de como fazer para se tornarem mais competitivas e fazendo o bem, desenvolvendo estratégias empresariais competitivas por meio de soluções socialmente corretas, ambientalmente sustentáveis e economicamente viáveis valorizando aspectos ligados à cidadania. De certa forma por ser ainda um assunto relativamente novo, é alvo de muitas criticas, mas a responsabilidade social é um relacionamento ético e transparente da organização com todas as partes interessadas, visando ao desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais, é um comprometimento permanente para melhoria da qualidade de vida de toda sociedade. Diante desse exposto a responsabilidade social deixa de ser teoria ou um mero conceito nas empresas inteligentes e passa a ser praticada com responsabilidade.
O conselho empresarial mundial para o desenvolvimento sustentável abriu espaço para o questionamento da relação entre empresa e cidadão. Gradativamente, as empresas incorporam práticas e dinâmicas voltadas aos anseios da comunidade na qual a empresa esta inserida, assumindo desta forma o atributo da Responsabilidade Social como mais um requisito Indispensável para as organizações empresariais.
               A preocupação com o bem estar dos trabalhadores e da sociedade em geral é um tema abordado e seguido por grandes empresas da atualidade que têm visão empreendedora moderna. A época em que as empresas não investiam em idéias relacionadas a um modo de produção adequado às necessidades do planeta já está ultrapassada. Cada vez mais há uma tendência de seguir a ética pessoal e empresarial através de uma visão de um futuro não tão próximo.
                
2 Aplicação da ética nas empresas

A ética é a disciplina ou o campo do conhecimento que trata da definição e avaliação do comportamento de pessoas e organizações. A ética estabelece a conduta apropriada e as formas de promovê-la, segundo as concepções vigentes na sociedade como um todo ou em grupos sociais específicos. Muitas decisões que as empresas e outras organizações devem tomar todos os dias são afetadas por questões éticas. Liderança, motivação, planejamento de carreira, movimentação de pessoal e conduta profissional são assuntos que envolvem questões éticas. Ser ético, portanto, é buscar sempre estar de bem consigo mesmo, combater vícios e fraquezas, cultivar virtudes, proteger e preservar a vida e a natureza.
As decisões empresariais partem das decisões pessoais, ou seja, a posição da empresa depende da ética dos empresários, uma vez que estes devem manter uma conduta para orientar a empresa como um todo a agir de forma socialmente correta.
A ética profissional tem como premissa o maior relacionamento do profissional com seus clientes e com outros profissionais, levando em conta valores como dignidade humana, auto realização e sociabilidade. Se o sistema de valores sempre orientasse as organizações para o beneficio dos clientes, funcionários e fornecedores, ou para a proteção do ambiente e dos recursos naturais, não seria necessário estabelecer multas e punições precisamente para forçar o Código de Defesa do Consumidor, ou Lei de Proteção dos  Mananciais, ou a Lei do Colarinho Branco, e outros controles para impedir a liberação de poluentes na atmosfera ou o despejo de petróleo no mar.
           A
preocupação com a ética encontra-se firmemente inscrita na agenda de debates contemporâneo. No mundo dos negócios, e das grandes corporações transnacionais em particular, os discursos e iniciativas relativos ao tema já chegaram mesmo a tornar-se lugar-comum. Os governos vêem oportunidade de maximizar os benefícios decorrentes da atividade econômica, reduzindo os impactos ambientais e sociais causados por ela.
          Conceitos como civilização, virtude coletiva, igualdade, respeito à pessoa e direitos humanos estão intimamente ligados à mudança evolutiva dos costumes. O processo de administrar as organizações é influenciado por essa evolução. Idéias como segurança do usuário, proteção do ambiente, proteção da mulher e do menor e direitos iguais no local de trabalho são relativamente recentes. Certamente, a evolução dos costumes criará novos valores, com os quais os administradores do futuro deverão viver.
          O tempo influencia os valores. No inicio do século XX, eram relativamente comuns as agressões verbais e físicas aos trabalhadores das fábricas no Brasil. Nos primórdios da revolução industrial, o trabalho das crianças até a exaustão era normal. Em muitos países, na atualidade, isso é inacreditável e considerado violação d lei. Na cultura oriental, as pessoas entendem que há distinção entre vida pessoal e vida profissional. Depois que termina o expediente o tempo pertence a pessoa e não ao empregador.
           Pode-se afirmar que hoje as organizações são um dos maiores agentes transformadores da sociedade. Por isso tem que trabalhar buscando o melhor para a sociedade que as cercam. A ética é a fonte das idéias de sustentabilidade e responsabilidade social. É a partir da consciência de que é necessário que haja reformas no medo empresarial a favor do meio ambiente e do ser humano que a ética da empresa passa a ser vista por todos.
           Ter ética empresarial passou a ser nos dias de hoje uma questão não só de meios alternativos como de marketing da empresa, uma vez que estão supervalorizadas campanhas e formas sustentáveis de produção. Hoje muitas pessoas procuram comprar produtos e adquirir serviços que sejam mais corretos no ponto social e ambiental.

3 Responsabilidade social: um termo, vários significados.

O termo responsabilidade possui diferentes significados, dependendo de quem o aplica no cotidiano. Para alguns pode indicar obrigação legal; para outros significa um comportamento ético; há também aqueles que a considera um evento casual. Para esta pesquisa, consideraremos responsabilidade social como sendo conceito segundo o qual, as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas não pode, e não deve, ser norteada apenas para o cumprimento de interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros detentores de interesses como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral.

A questão da Responsabilidade Social se tornou o ponto de partida para o estabelecimento do compromisso das empresas e organizações privadas com o ambiente em que se inserem e com a comunidade que direta ou indiretamente se apresentam como demanda social.

Responsabilizar-se socialmente é antes de tudo o despertar da consciência coletiva de indivíduos que assumem a postura de comprometimento com os destinos da geração futura. Isto, aparentemente, pode não significar muito para um observador desatento, entretanto, traduz o próprio significado da solidariedade humana e da capacidade das organizações assumirem um papel para além de uma simples ação de ajuda emergencial ou tática de marketing social para maximizar ganhos às custas da exploração da ignorância de determinada parcela da sociedade.

Para evitar qualquer conflito conceitual vale ressaltar que as organizações civis e comunitárias ou não governamentais, sem finalidade lucrativa, no caso brasileiro, são legítimas esferas institucionais que se constituíram para:
• Reforçar o processo de democratização da sociedade;
• Potencializar a garantia de direitos sociais civis;
• Ocupar espaços esvaziados de proteção e assistência social deixado pelo poder público;
• Acompanhar ações de intervenção social das políticas de seguridade social;
• Implementar projetos de complementaridade dos serviços difusos e de pouco impacto desenvolvido pelo poder público e;
• Desenvolver tecnologia social capaz de propor soluções inovadoras e criativas para os problemas sociais de caráter local, maximizando o uso de recursos e minimizando custos operacionais.

Estas organizações são as responsáveis pelas ações sociais de intervenção na realidade concreta, objetivando legitimar e promover os direitos de inclusão em seus diversos segmentos comunitários. Com isso, podemos entender que a comunidade é o ambiente de realização tanto da cidadania, como do impacto do comprometimento e envolvimento com a causa social.

Para diferenciar, a causa social é o trabalho social estabelecido pelas organizações civis e comunitárias, sem finalidade lucrativa, já as políticas setoriais básicas, são ações públicas desenvolvidas pelo poder público. Podemos denominar como
Responsabilidade Social a gestão e controle do impacto produzido pela ação interventiva das organizações civis sem finalidade lucrativa na comunidade local. O segmento social de intervenção é desta forma, o ambiente de manifestação e expressão da causa social. A estes segmentos podemos também denominar de problema social. E o que é um problema social?
Para compreender o problema social devemos, em primeiro lugar, identificar o que vem a ser a necessidade básica não satisfeita de um determinado coletivo. A necessidade básica é toda função humana que preserve a vida, desde a alimentação, educação, trabalho, saúde, moradia, lazer, até a consciência política e social. O problema social resulta da ausência de solução no campo das necessidades básicas de uma comunidade. Com isto, o problema social está diretamente relacionado com o desenvolvimento local, uma vez que este é a substância da causa social. No esquema a seguir resumimos este sistema que expressará a Responsabilidade Social.


 

A causa social, por sua vez, é a essencialidade do desenvolvimento local e da solidariedade humana em busca de soluções criativas para os problemas sociais gerados nos diversos segmentos da sociedade. É neste contexto que a Responsabilidade Social surge: como resultado da manifestação da solidariedade humana no campo do desenvolvimento local.

A definição de Responsabilidade Social ligada ao desenvolvimento local e a solidariedade humana, excluí qualquer política de intervenção social focalizada em ações emergenciais ou provisórias.

A Responsabilidade Social implica em um projeto continuo de intervenção e de desenvolvimento de tecnologia capaz de aprimorar a sustentabilidade da comunidade local, promovendo a mudança qualitativa na vida das pessoas em situação de risco social. Ao optarmos por este argumento incluímos todas as ações sociais desenvolvidas por organismos privados com ou sem finalidade lucrativa ou de caráter filantrópico. Considerando que qualquer organismo civil que promova projetos sociais de desenvolvimento local e solidariedade humana estará criando uma ação socialmente responsável.

4 Desenvolvimento Sustentável

É o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente. Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.
O desenvolvimento sustentável sugere qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.
O conselho empresarial mundial para o desenvolvimento sustentável abriu espaço para o questionamento da relação entre empresa e cidadão. Gradativamente, as empresas incorporam práticas e dinâmicas voltadas aos anseios da comunidade na qual a empresa esta inserida, assumindo desta forma o atributo da Responsabilidade Social como mais um requisito indispensável para as organizações empresariais.
Responsabilidade Socioambiental é muito mais do que as pessoas precisam efetivamente e é além daquilo amparado ou oferecido por lei. Uma empresa Socioambiental é, em suma, uma empresa à frente do seu tempo, que busca o bem-estar dos indivíduos ou de grupos cujo conceito denominou-se "Responsabilidade Social" que quase sempre é voltado a projetos de âmbitos educacionais, ambientais ou de outra natureza, justamente pela diversidade de comportamentos e ações assumidas pela organização.
O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível.
Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes. Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados.
Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.

5 Legislação ambiental no Brasil

A codificação ambiental no Brasil é reconhecida mundialmente por ser uma das mais completas. Abaixo encontram-se algumas das principais leis ambientais atualmente em vigor:
Lei dos Agrotóxicos - número 7.802 de 10/07/1989.
A lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da embalagem.
Exigências impostas: obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor; registro de produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde; e registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. O descumprimento desta lei pode acarretar multas e reclusão.
Lei da Área de Proteção Ambiental - número 6.902 de 27/04/1981.
Lei que criou as "Estações Ecológicas", áreas representativas de ecossistemas brasileiros, sendo que 90 % delas devem permanecer intocadas e 10 % podem sofrer alterações para fins científicos. Foram criadas também as "Áreas de Proteção Ambiental" ou APAS, áreas que podem conter propriedades privadas e onde o poder público limita as atividades econômicas para fins de proteção ambiental.
Lei das Atividades Nucleares - número 6.453 de 17/10/1977.
Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares. Esta lei classifica como crime produzir, processar, fornecer, usar, importar ou exportar material sem autorização legal, extrair e comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de segurança relativas à instalação nuclear.
Lei de Crimes Ambientais - número 9.605 de 12/02/1998.
Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. A pessoa jurídica, autora ou co-autora da infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. A punição pode ser extinta caso se comprove a recuperação do dano ambiental. As multas variam de R$ 50,00 a R$ 50 milhões de reais.

Lei das Florestas – número 4.771 de 15/09/1965.
Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de preservação permanente uma faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios, de lagos e de reservatórios, além de topos de morro, encostas com declividade superior a 45 graus e locais acima de 1.800 metros de altitude. Também exige que propriedades rurais da região Sudeste do país preservem 20 % da cobertura arbórea, devendo tal reserva ser averbada em cartório de registro de imóveis.
Lei da criação do IBAMA – número 7.735 de 22/02/1989.
Criou o Ibama, incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente e as agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Ao Ibama compete executar a política nacional do meio ambiente, atuando para conservar, fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos recursos naturais.
Lei da Política Agrícola - número 8.171 de 17/01/1991.
Define que o poder público deve disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos para ordenar a ocupação de diversas atividades produtivas, desenvolver programas de educação ambiental, fomentar a produção de mudas de espécies nativas, entre outros.
Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – número 6.938 de 17/01/1981.
É a lei ambiental mais importante e define que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentemente da culpa. O Ministério Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Esta lei criou a obrigatoriedade dos estudos e respectivos relatórios de Impacto Ambiental (EIA-RIMA).
Lei de Recursos Hídricos – número 9.433 de 08/01/1997.
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define a água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos múltiplos. A lei prevê também a criação do Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.

6 Aplicabilidade socioambiental nas empresas

6.1 Grupo Ypióca

A Ypióca é conhecida por seu investimento na preservação da natureza, a exemplo da transformação do bagaço da cana-de-açúcar em energia, papelão e adubo, da reciclagem do papelão e da criação da primeira reserva ecológica particular do Ceará.
Outro destaque é a participação da empresa no campo social. Além de gerar 3,2 mil empregos diretos e mais de 23 mil indiretos, a empresa promove uma série de atividades voltadas para o bem-estar da comunidade no entorno de suas fábricas.
Em 5 de junho de 2008, Dia do Meio Ambiente, o Grupo Ypióca lançou oficialmente o Programa Ambiental Ypióca. A iniciativa reúne uma série de ações com o objetivo de preservar o meio ambiente e a diversidade biológica. O Instituto Natureza Viva (INV), a Reserva Ecológica Particular (REP) da Lagoa da Encantada e a Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) do Sítio Curió (Floresta do Curió) são exemplos do compromisso ambiental evidenciado desde a fundação do grupo, em 1846. Muito antes, portanto, da luta pela natureza se expandir pelo mundo.

                           Edifício-sede da aguardente Ypióca.

6.1.1 Floresta do Curió

Um pulmão da mata atlântica em plena Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), a começar pelo clima e pela vegetação nativa e verdejante entrecortada por pequenos riachos e nascentes. É esse cenário encontrado por que passeia por uma das três trilhas que cortam os 57 hectares da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) do Sítio Curió (Floresta do Curió), entre os bairros de Messejana e Curió. Essa é a primeira ARIE do Ceará.
O espaço é formado por vegetação densa, composta pelas principais espécies nativas e frutíferas – com jatobá, timbaúba, cedro, visgueiro e catanduva -, o que confere um clima bastante agradável à região. A ARIE do Sítio Curió é uma Unidade de Conservação Estadual devidamente homologada pela SEMACE e mantida pelo Instituto Natureza Viva (INV), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) autorizada pelo Ministério da Justiça.

                                    Floresta do Curió.

6.1.2 Bagaço da cana


O Grupo Ypióca reaproveita os subprodutos provenientes da industrialização da cachaça, para diversos fins. Dentro do complexo, parte do bagaço (refugo da extração do caldo de cana) alimenta uma caldeira, que produz vapor e permite o funcionamento de turbogeradores, obtendo energia para o funcionamento das fábricas.
Outra parte do bagaço é transformada em papel e papelão, usados posteriormente no encaixotamento dos produtos fabricados pela empresa. Uma terceira porção é processada em hidrolisadores que, por meio de um processo termoquímico, geram ração animal – rica em carboidratos e utilizada para a engorda de mais de três mil cabeças de gado.
                  Reaproveitamento da cana-de-açúcar.

                                      Bagaço da Cana.

6.1.3 Creche cana-de-açúcar

Visando auxiliar o desenvolvimento motor e intelectual da criança, a Ypióca é mantenedora da Creche Cana-de-Açúcar, localizada em Fortaleza (CE). A instituição, que atende a 20 filhos de funcionários, de dois a seis anos, possui infraestrutura adaptada às necessidades dos pequenos, com refeitório, berçário, salão de recreação, jardim, lavanderia, banheiros e lactário. O atendimento é realizado em período integral por profissionais habilitados.
      Crianças em momento de lazer na creche cana-de-açúcar.

6.1.4 Vila Eugênia

Composta por 50 casas de cor branca, a Vila Eugênia, localizada na entrada do Museu da Cachaça, em Fortaleza, abriga atualmente 42 famílias de funcionários da Ypióca, totalizando aproximadamente 165 pessoas. Esse é um projeto antigo, lançado em 1941 por Paulo Campos Telles (presidente da terceira geração da companhia) como incentivo para o trabalhador fixar residência. Antes dessa época o funcionário só permanecia no local até a colheita.
No local, os moradores recebem gratuitamente água e energia. Há ainda à disposição posto de saúde com assistência médica e bucal, creche – escola, pré-escola e escola de ensino fundamental.

                                      Vila Eugênia.

6.1.5 Fonte da vida

Desde 2004, o Grupo Ypióca apoia o projeto Fonte da Vida, com a doação de parte da renda da bilheteria do Complexo Turístico Y-Park e com o empréstimo de espaço para a realização de atividades socioculturais. Crianças, jovens e adultos da comunidade do São Miguel participam de aulas de capoeira, hip hop, caratê, dança, teatro, coral e reforço escolar, entre outras. O programa conta também com o apoio da equipe de saúde do Posto do Curió, da Universidade de Fortaleza (Unifor) e da OSCIP Arte de Viver.



6.1.6 Feiterias

A embalagem da Ypióca empalhada (Ouro e Prata) é totalmente artesanal, desde a colheita da palha até sua colocação na garrafa, passando pela secagem e pela riscagem do material. Para fazer o invólucro, o Grupo Ypióca distribui a palha e a garrafa – já esterilizada, cheia e lacrada – para artesãs do norte do Ceará de cidades como Sobral, Massapé e Santana do Acaraú.
Em seguida, os vidros são entregues a outras “feiteiras”, moradoras de outras regiões do estado, responsáveis pelo fechamento do trançado da palha, ou seja, o acabamento final do “gogó” da garrafa.


6.2 Coca-cola

Fundada em agosto de 1983, a Coca-Cola Guararapes firmou sua excelência no segmento de bens de consumo, na produção e distribuição de bebidas do portfólio Coca-Cola e Femsa. Desde 2001, a empresa responde diretamente a The Coca-Cola Company, em Atlanta/EUA, e nos últimos anos, a Coca-Cola Guararapes vem se especializando na produção e distribuição de bebidas, atendendo a um número maior de consumidores. A preocupação da companhia é desenvolver, constantemente, novos produtos, disseminando a qualidade e proporcionando satisfação.

Desde o início de suas atividades, a Coca-Cola Guararapes é reconhecida como uma empresa socialmente responsável, preocupada com o meio ambiente e a comunidade. A empresa desenvolve três grandes programas sociais, sendo eles: Restaurante Comunitário, Prato Popular, Reciclou Ganhou e Programa de Valorização do Jovem. Os programas fazem parte das ações do Instituto Coca-Cola Brasil.

Na certeza de que toda criança deve estar na escola, desde 1999, a Coca-Cola Brasil investe em programas ligados à educação, estimulando o envolvimento crescente dos jovens com o mundo dos livros, o seu crescimento pessoal como cidadão e a crença efetiva em seu potencial. Compromisso de empresa socialmente responsável que aposta no conhecimento para a construção de um país melhor

6.2.1 Programa Coca-cola de valorização do jovem

Em 2002 a Coca-Cola Guararapes iniciou o Programa em Pernambuco com apenas uma escola, expandindo para a Paraíba no ano seguinte. Atualmente são cinco escolas, sendo duas em Pernambuco e três na Paraíba.
O Programa usa metodologia inovadora para combater evasão escolar e busca a transformação social através da educação, assim os jovens resgatam sua auto-estima e desenvolvem senso de responsabilidade.
A fórmula para a transformação social é simples: 25 alunos da 5ª à 8ª série com alta probabilidade de abandonar a escola são escolhidos, e a eles é atribuída a função de serem monitores de 75 estudantes mais novos, da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental. Sob a supervisão de professores, cada monitor acompanha um grupo de três alunos, em sala de aula, uma hora por dia. O Programa estimula o senso de responsabilidade e a auto-estima do estudante, mantendo-o na escola. A Coca-Cola fornece ao colégio participante todo o material necessário para o treinamento, assistência técnica e avaliação dos monitores. Visitas a instituições de trabalho, como indústrias, gráficas e outros, também ajudam a sinalizar para esses jovens a possibilidade de um futuro mais promissor.

Todo o Programa se baseia numa consistente e inovadora metodologia, que inclui filosofia pedagógica e estratégias de ensino e de suporte, compreendendo um conjunto de atividades e funções, descritas em manuais. Um minucioso sistema de avaliação leva ao aprimoramento contínuo.
No decorrer do ano letivo, os monitores do Programa de Valorização do Jovem participam de conversas informais com pessoas que são exemplo de superação em suas trajetórias de vida. Além disso, os estudantes são convidados para exercer várias atividades culturais extracurriculares. Dessa forma, absorvem valores, como saber cuidar de si, do outro e do ambiente, ser solidário, responsável, assíduo, pontual, companheiro e cidadão, adquirindo consciência de seu papel na sociedade e aprendendo a interpretar direitos e deveres.


    

Alunos do Programa de valorização do        Jovem visitando empresa da Coca-Cola.


6.2.2 Restaurante Prato Popular

O “Prato Popular” é uma iniciativa da Coca-Cola Brasil em parceria com o programa Fome Zero, do Governo Federal, onde trabalhadores da economia informal, sub-empregados e moradores de rua cadastrados pela Prefeitura da Cidade do Recife e do Governo do Estado da Paraíba, têm acesso a uma alimentação rica em nutrientes com um preço que cabe no bolso.
Comida de qualidade por apenas R$ 1. Esse é um dos objetivos do Restaurante Comunitário Prato Popular que, diariamente, serve refeição para 300 usuários.

Horário de almoço do restaurante comunitário.

6.2.3 Centro de Inclusão Digital

A inclusão digital promove a inclusão social. Seguindo esse lema, a Guararapes estimula o conhecimento de novas tecnologias através de cursos de informática. A ação é realizada no Centro de Inclusão Digital em João Pessoa, em parceria com o Governo do Estado da Paraíba e atende jovens maiores de 16 anos, de baixa renda e estudantes da rede pública de ensino.
Além dos estudantes de escolas públicas, filhos e familiares de funcionários da unidade de João Pessoa também podem participar dos cursos oferecidos, gratuitamente, no centro de inclusão digital.
As aulas objetivam treinar e capacitar os alunos, tornando-os mais preparados para atuar no mercado de trabalho.

Crianças e jovens participando do programa de inclusão digital.

6.2.4 Programa Coca-cola reciclou ganhou

Seguindo uma tendência do Sistema Coca-Cola, a Guararapes implantou o Programa no ano 2000 e, desde então, vem obtendo excelentes resultados, onde o maior beneficiado é o meio ambiente.
O programa tem como objetivo contribuir para a preservação do meio ambiente, incentivando a coleta e reciclagem de garrafas pet, latas de alumínio/aço e embalagens tetra pak.
Em parceria com a Frompet, a Guararapes criou, em 2006 o Centro de Educação Ambiental – CEA, com foco na educação ambiental e na capacitação de catadores.
Apoiando cooperativas de catadores, o programa desenvolve a cidadania e gera renda aos participantes.

 
                                                       Campanha realizada no dia mundial de limpeza de rios e praias.

7 Conclusão

Tendo como base o que foi exposto anteriormente, pode-se perceber que a preocupação socioambiental é um quesito que já está inserido nas metas e objetivos a serem alcançados pelas empresas. De nada vale obter sucesso financeiro se os dois outros pilares da sustentabilidade não estão sendo alcançados, são eles a preservação da natureza e a atuação no meio social.

Projetos sociais, reaproveitamento de matéria-prima, reciclagem, seleção do lixo, preocupação com os próprios funcionários e suas famílias são algumas atitudes que vêm sendo tomadas por diversas empresas, pois além de torná-las mais bem vistas e bem aceitas pela sociedade em geral, geram uma gradativa diminuição das despesas operacionais, aumentando, assim, a lucratividade da organização.

Obter maior retorno financeiro, ajudar na preservação ambiental e contribuir com uma participação no âmbito social são os alicerces que servem de base à sustentabilidade e são pontos que todas as empresas almejam instituir, atualmente, em seu funcionamento interior.


8 Bibliografia

- http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/responsabilidade-socioambiental/48976/
-          http://www.planetaorganico.com.br/17leisamb.htm
- http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-05-08/legislacao-ambiental-brasileira-e-uma-das-mais-modernas-do-mundo-diz-especialista.
                        -          http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade
-           http://www.ypioca.com.br/ciclo.html
- http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-extincao-das-especies/leis-ambientais-do-brasil.php
                       - MAXMIMIANO, Antonio César Amaru. Teoria Geral da Administração: Da Revolução  Urbana à Revolução Digital. 6ª Edição, 2009.

Um comentário:

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